One thought on “Uma polêmica impossível: Marcelo Câmara X Revista História da BN

  1. Aos amigos da cachaça,

    Alguns anos atrás perdi meu tempo debatendo com o Sr. “1º e Único” entendedor de cachaça do mundo, Marcelo Câmara, na esperança de mostrar-lhe a importância do conhecimento técnico e científico que faz necessário ao se falar sobre processos produtivos relacionados à cachaça e sua qualidade sensorial.
    Volto a afirmar que é perda de tempo debater com alguém que não aceita que para falar com propriedade das mais de 250 substâncias químicas que proporcionam, entre outras coisas, os aromas primários e secundários da cachaça – denominado buquê, e das diferenças entre os processos de fabricação de aguardente, é necessário saber muita química e não história e folclore ligados à bebida.
    Cheguei a sugerir ao amigo (pois não guardo recentimento) Marcelo que se matriculasse em um curso de pós-graduação ou graduação sobre a cachaça dentre os inúmeros oferecidos hoje em dia por universidades federais e estaduais de nosso país, como eu fiz, me formando em 2006 como especialista em tecnologia de cachaça pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), após ter realizado 2 anos de aprimoramento profissional no Instituto Adolfo Lutz, refência nacional em Saúde Pública e ter cursado bacharelado em Química na Universidade Estadual Paulista (UNESP), classificado pelo MEC como um dos melhores cursos de química do país – Instutito de Química do Campus de Araraquara.
    Provavelmente ele deve ter considerado isto uma provocação e não algo que pudesse elevar seus conhecimentos sobre o assunto.
    Cada vez que leio seus textos, volto a ter a certeza de que ele não entende do processo de produção da bebida e muito menos química suficiente para escrever sobre o assunto qualidade da cachaça.
    Chegar a ministrar um curso de formação de degustadores sem ter formação na área técnica é menosprezar o conhecimento de centenas de pesquisadores, muito mais graduados que eu ou o Sr. Marcelo, que há anos conduzem pesquisas sérias sobre o assunto, com inúmeras publicações científicas internacionais, com alguns dos quais tive o prazer e a honra de aprender e continuar sempre apredendo sobre este inesgotável assunto que é a cachaça.
    Só voltei a escrever sobre isto porque, em 2007, através de uma nota em seu site, ele afirmava estar deixando de atuar com cachaça.
    Caso o Sr. Marcelo queira debater comigo sobre o assunto, sou uma pessoa acessível, aberta ao diálogo e terei muito prazer um contribuir para que erros graves quando se fala da parte técnica da bebida não sejam mais cometidos em suas falas, elevando o nível dos debates sobre a cachaça no Brasil.

    Atenciosamente,

    Leandro Espinoza
    Bacharel em Química – UNESP
    Especialista em Laboratório de Saúde Pública – Instutito Adolfo Lutz
    Especialista em Tecnologia da Cachaça – UFLA

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